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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Irmão de Cabral assume ter recebido valores sem a prestação de serviço

O publicitário Maurício Cabral, irmão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), afirmou em interrogatório à Justiça Federal que recebeu R$ 240 mil em 2011 sem a prestação de serviços. De acordo com ele, o repasse ocorreu por meio de Carlos Emanuel Miranda, que assumiu ser o "gerente da propina" do peemedebista. Maurício afirmou que Miranda, de quem é amigo de infância, o procurou dizendo ter encontrado um cliente para a sua agência de publicidade. O irmão do peemedebista afirmou ter emitido a nota fiscal de R$ 240 mil, recebido o dinheiro, mas que não foi procurado para executar o trabalho. "Eu cobrava. E o trabalho? E o trabalho? O trabalho não vinha e nunca mais apareceu", afirmou Maurício. Ele é acusado de participar da lavagem de dinheiro do esquema do irmão. De acordo com a denúncia, ele recebeu R$ 240 mil de origem ilegal da FW Engenharia por meio de uma outra empresa de fachada. O publicitário afirmou que a emissão de notas fiscais antes da prestação de serviço é comum no mercado publicitário. Ele disse que confiava em Miranda para adotar o procedimento.Miranda teve o acordo de delação premiada homologado no Supremo Tribunal Federal (STF), em que assumiu ser o "gerente de propina" de Cabral. Maurício Cabral também foi citado em delação premiada do marqueteiro Renato Pereira, segundo quem o publicitário recebia cerca de R$ 30 mil mensais como parte do "movimento social" em apoio ao governo. "Essa [indicação de Miranda] foi a única vez que recebi um valor sem uma causa", disse Miranda. O Ministério Público Federal afirma que a empreiteira pagou no total R$ 1,7 milhão de propina ao ex-governador. Os demais valores foram pagos por meio de empresas em nome de Susana Neves e Carlos Emanuel Miranda, ex-mulher e assessor do peemedebista, respectivamente. As 16 denúncias contra Cabral já somam quase R$ 400 milhões de propina recebida durante seu período à frente do Estado (2007 a 2014). A Procuradoria o acusa de pedir 5% de propina sobre os grandes contratos do governo do Rio. Cabral nega ter recebido propina, mas reconhece que fez uso pessoal de sobras de caixa dois de campanha eleitoral. As informações são da Folhapress.

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